Com uma forcinha do banco
Final Paulista 2018 -
Duelo equilibradíssimo entre Sesi/Bauru e Audax/Osasco no primeiro jogo da final do Paulista.
Assim como aconteceu na semifinal, o Osasco teve que correr atrás de uma desvantagem de 2x0. Só que, desta vez, a virada no placar não se concretizou. O Anderson Rodrigues foi certeiro nas suas modificações pelo Sesi no tie-break e elas fizeram a diferença.
Primeiro com a Andressa no lugar da Saraelen, recuperando a atuação forte do bloqueio, fundamento que tinha brilhado nos dois primeiros sets e se ausentado nos seguintes. O bloqueio levantou a moral do time que, naturalmente, estava abalada depois do empate do Osasco. Segundo, com a entrada da Arlene no saque, complicando a linha de passe e cancelando a desvantagem de 13x11 do time da casa.
As trocas do quinto set não só apenas ajudaram a definir o resultado final como foram um bom resumo do que foi o Sesi ao longo da partida. Anderson fez uso de quase todas as suas peças à disposição. Quando Palacio e Vanessa não deram resultado, lançou mão de Gabi Cândido e Edinara, que colaboraram para a recuperação do time no placar.
Quando Edinara já não rendia e a equipe perdia poder de definição com a queda de aproveitamento da Diouf, o treinador arriscou com a Tiffany como ponteira. É bem verdade que essa substituição não deu bons frutos – e eu até preferia que ele tivesse tentado o básico: a volta da Palacio. Mas é ótimo vê-lo tentar novas saídas e sem medo de usar os recursos que tem no banco.
E esta força coletiva fez a diferença numa partida que foi extensa, desgastante e muito equilibrada. Mesmo as largas vantagens que uma e outra equipe abriam eram difíceis de se manter – tanto que quase todas foram revertidas pelo adversário. O empate do Osasco, ao contrário do que aconteceu contra o Barueri, não era tão improvável. Os dois primeiros sets tiveram placares próximos, decididos em detalhes. A única superioridade que se sustentou foi a do Osasco no quarto set. Ou seja, ter peças de reposição capazes de mudar o cenário em quadra foi um trunfo importante para o Sesi.
Luizomar não tem a mesma riqueza de opções, mas também trouxe do banco a jogadora responsável por comandar a recuperação de Osasco. Mais uma vez Paula entrou para incendiar o time e dar a Claudinha uma opção de bola de segurança no ataque. Acho até que o treinador poderia ter antecipado esta troca já que a Leyva mostrava não estar tão inspirada.
Com um início apagado da Lorenne, o Osasco ficou dependente, vejam só, da Mari PB, que esteve muito bem na função ofensiva. A entrada da Paula renovou o fôlego de ataque, reforçado, depois de um tempo curtindo o banco, pelo forte retorno da Lorenne. O time começou a organizar e a aproveitar melhor os contra-ataques tão desperdiçados no início da partida. Para uma equipe que foi muito mais do fundo de quadra do que do bloqueio, isso foi fundamental para se consolidar no jogo.
No Sesi, o movimento foi contrário. A equipe perdeu poder de definição e aumentou o número de erros dados ao adversário, principalmente na recepção. A relação saque-bloqueio também, que tinha dado bons momentos nos dois primeiros sets, caiu e só foi retornar no set decisivo, o tie-break, revigorado pelas jogadoras do banco de reservas.
O segundo e decisivo jogo acontece na próxima segunda, às 19h15, em Bauru. Se o Osasco vencer, haverá a disputa do Golden Set para definir o campeão.
Algumas observações individuais:
- Grande partida da Fabíola. O que ela arrumou de passe, seja na virada seja nos contra-ataques, e colocou na pinta para suas atacantes não foi brincadeira. Muita precisão e habilidade da levantadora. Só não me agrada – e não tem dado bons resultados – a china. Falta velocidade para esta jogada.
- Claudinha também fez boa partida, principalmente nos primeiros sets em que o passe oscilou bastante. O problema é quando ela inventa de surpreender nos momentos errados. A tentativa frustrada de uma bola de segunda no tie-break, por exemplo, comprometeu.
- Muito bom ver o crescimento da Lorenne. Demorou para engrenar, é verdade, na partida. Mas quando voltou do banco, honrou as qualidades da sua posição e colocou bolas importante no chão. Será uma pena se este crescente for interrompido, na Superliga, pela chegada da Hooker.
- Como é bom ver a Paula jogando bem novamente, sendo decisiva no ataque. Na última temporada, até por conta das lesões, ela era muito mais vontade e garra do que bola. Agora, nestes dois últimos jogos, vimos as duas coisas andarem juntas, como nos velhos tempos. É claro que não dá para esperar dela o mesmo fôlego de antigamente, mas é muito bom ver como pode continuar sendo importante para uma equipe do nível do Osasco.
Audax/Osasco 2x3 Sesi/Vôlei Bauru
Duelo equilibradíssimo entre Sesi/Bauru e Audax/Osasco no primeiro jogo da final do Paulista.
Assim como aconteceu na semifinal, o Osasco teve que correr atrás de uma desvantagem de 2x0. Só que, desta vez, a virada no placar não se concretizou. O Anderson Rodrigues foi certeiro nas suas modificações pelo Sesi no tie-break e elas fizeram a diferença.
Primeiro com a Andressa no lugar da Saraelen, recuperando a atuação forte do bloqueio, fundamento que tinha brilhado nos dois primeiros sets e se ausentado nos seguintes. O bloqueio levantou a moral do time que, naturalmente, estava abalada depois do empate do Osasco. Segundo, com a entrada da Arlene no saque, complicando a linha de passe e cancelando a desvantagem de 13x11 do time da casa.
As trocas do quinto set não só apenas ajudaram a definir o resultado final como foram um bom resumo do que foi o Sesi ao longo da partida. Anderson fez uso de quase todas as suas peças à disposição. Quando Palacio e Vanessa não deram resultado, lançou mão de Gabi Cândido e Edinara, que colaboraram para a recuperação do time no placar.
Quando Edinara já não rendia e a equipe perdia poder de definição com a queda de aproveitamento da Diouf, o treinador arriscou com a Tiffany como ponteira. É bem verdade que essa substituição não deu bons frutos – e eu até preferia que ele tivesse tentado o básico: a volta da Palacio. Mas é ótimo vê-lo tentar novas saídas e sem medo de usar os recursos que tem no banco.
E esta força coletiva fez a diferença numa partida que foi extensa, desgastante e muito equilibrada. Mesmo as largas vantagens que uma e outra equipe abriam eram difíceis de se manter – tanto que quase todas foram revertidas pelo adversário. O empate do Osasco, ao contrário do que aconteceu contra o Barueri, não era tão improvável. Os dois primeiros sets tiveram placares próximos, decididos em detalhes. A única superioridade que se sustentou foi a do Osasco no quarto set. Ou seja, ter peças de reposição capazes de mudar o cenário em quadra foi um trunfo importante para o Sesi.
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Luizomar não tem a mesma riqueza de opções, mas também trouxe do banco a jogadora responsável por comandar a recuperação de Osasco. Mais uma vez Paula entrou para incendiar o time e dar a Claudinha uma opção de bola de segurança no ataque. Acho até que o treinador poderia ter antecipado esta troca já que a Leyva mostrava não estar tão inspirada.
Com um início apagado da Lorenne, o Osasco ficou dependente, vejam só, da Mari PB, que esteve muito bem na função ofensiva. A entrada da Paula renovou o fôlego de ataque, reforçado, depois de um tempo curtindo o banco, pelo forte retorno da Lorenne. O time começou a organizar e a aproveitar melhor os contra-ataques tão desperdiçados no início da partida. Para uma equipe que foi muito mais do fundo de quadra do que do bloqueio, isso foi fundamental para se consolidar no jogo.
No Sesi, o movimento foi contrário. A equipe perdeu poder de definição e aumentou o número de erros dados ao adversário, principalmente na recepção. A relação saque-bloqueio também, que tinha dado bons momentos nos dois primeiros sets, caiu e só foi retornar no set decisivo, o tie-break, revigorado pelas jogadoras do banco de reservas.
O segundo e decisivo jogo acontece na próxima segunda, às 19h15, em Bauru. Se o Osasco vencer, haverá a disputa do Golden Set para definir o campeão.
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Algumas observações individuais:
- Grande partida da Fabíola. O que ela arrumou de passe, seja na virada seja nos contra-ataques, e colocou na pinta para suas atacantes não foi brincadeira. Muita precisão e habilidade da levantadora. Só não me agrada – e não tem dado bons resultados – a china. Falta velocidade para esta jogada.
- Claudinha também fez boa partida, principalmente nos primeiros sets em que o passe oscilou bastante. O problema é quando ela inventa de surpreender nos momentos errados. A tentativa frustrada de uma bola de segunda no tie-break, por exemplo, comprometeu.
- Muito bom ver o crescimento da Lorenne. Demorou para engrenar, é verdade, na partida. Mas quando voltou do banco, honrou as qualidades da sua posição e colocou bolas importante no chão. Será uma pena se este crescente for interrompido, na Superliga, pela chegada da Hooker.
- Como é bom ver a Paula jogando bem novamente, sendo decisiva no ataque. Na última temporada, até por conta das lesões, ela era muito mais vontade e garra do que bola. Agora, nestes dois últimos jogos, vimos as duas coisas andarem juntas, como nos velhos tempos. É claro que não dá para esperar dela o mesmo fôlego de antigamente, mas é muito bom ver como pode continuar sendo importante para uma equipe do nível do Osasco.
Comentários
Zé Ruela tinha que ter investido nela, não na Pani Lins e muito menos na Roberta dois toques.
Parece ser a única que sabe consertar a quinação das ponteiras, tão em voga atualmente. Manda bolas na pinta e está se tornando imprevisível com uma dose muito boa de abuso. Parece ser a mais versátil. Consegue colocar o bolão que a Valentina gosta e depois acelerar para a ponta, com uma precisão de causar inveja às selecionáveis.
Espero que consiga manter o nível e aprimorá-lo. E depois sambar na cara do Zé Mané mais uma vez ao pedir dispensa da seleção mequetrefe que está e virou sob seu comando.
Quem fala que Tiffany leva vantagem precisa ver esse jogo: entrou e não fez absolutamente nada, muito pelo contrário, comprometeu o time inteiro. Só errou. Inacreditavelmente passou de forma razoável, mas tomou vários tocos e isolou bolas.
Brait pegou várias da Diouf. Em 2012 mão comcordei com seu corte, porém em 2016 sim. De qualquer forma, é inegável a falta de escrúpulo do Zé Lelé e na sua capacidade de fazer jogadoras não quererem mais saber do seu time. Uma a menos na conjuntura atual.
Esperando por mais tombos dele na Superliga.
Me anima muito ver o Anderson como técnico, dá uma esperança de um possível nome pra SFV quando o Zé largar o osso.
A emoção da Fabíola no final mostra que ela se sentia muito pressionada em Osasco, agora em Bauru, parece muito mais leve (em todos os sentidos) e está voltando a mostrar o voleibol de antes da gestação. Hoje é sem dúvidas nossa melhor levantadora. Claudinha se tornou uma levantadora mais objetiva e isso é muito bom. Como você disse ainda tem momentos daquela Cláudia que inventa umas coisas sem noção, mas evoluiu muito desde o fatídico "burra" do Zé Roberto.
Sobre a Lorenne, estava me perguntando a mesma coisa durante o jogo, é claramente uma jogadora com potencial enorme, mas deveria ser titular absoluta de uma equipe menor. A Hooker não vem pra bancar. A Paula no time eleva o nível do Osasco. Eu se fosse o treinador já entrava com ela de titular no próximo jogo.
Penso que o Anderson vai tentar repetir a fórmula que deu certo com o Brasil em Pequim, obviamente guardando as devidas proporções: 3 atacantes de ponta muito fortes, mas com passe B; a levantadora pra consertar as coisas e duas centrais equilibradas. Se vai dar certo em um campeonato tão longo como a SL será outros 500.
Paulo Roberto, pois fiquei pensando se valeria a pena começar o próximo jogo com a Paula como titular. O time ficou mais equilibrado com ela em quadra nas duas últimas partidas.
A questão é saber se o efeito será o mesmo com ela desde o início.
Camilla, acho que sua dor é compartilhada por todos. :(
Agora uma dùvida entre Amanda e Mari Paraiba qual das duas è a maior encalhadora de rede do BRASIL.
Bjus da Soko.
Do lado de Osasco: Camila Brait foi um MONSTRO! O que foram algumas das defesas que ela fez? Sensacional!
Uma pena ver jogadoras desse nível fora da seleção. E a gente sabe que, enquanto Zé Teimoso for o técnico, elas não voltam a jogar com a amarelinha.
Há anos o Bernardo vem tirando leite de pedra no Rio, mas eu sempre falei que o diferencial do time era a Fabi. Sem a Fabi (e ainda mais com Gabiru) vejo o Rio no mesmo patamar de Osasco, Bauru, Barueri...
Será uma das superligas mais equilibradas dos últimos tempos, não necessariamente a com melhor nível técnico.
Sobre o jogo, sou torcedor de Osasco, mas é impossível torcer contra a Fabíola. Mesmo no auge da Dani Lins, sempre achei a pastora melhor. Hoje ver a Roberta de titular da seleção é o fim.