Fora do pódio
Brasil 0x3 China
Depois de longas sete semanas de competição, o Brasil ficou de fora do pódio da primeira edição da Liga das Nações.
Uma pena que todo o desgaste e empenho do grupo não tenham sido recompensados com uma medalha. Levando em consideração as limitações do elenco e a extensão do torneio, não dá para negar que a seleção superou as expectativas e fez uma boa campanha. Mas também não dá para negar que não jogou bem quando chegaram as decisões – e é isso que vale para determinar o pódio.
O curioso é que, no Grand Prix do ano passado, com um pouco mais de recursos individuais, o Brasil só chegou às semifinais graças à China (ou à Holanda, depende do ponto de vista). Pelo que vinha jogando, o justo seria parar no grupo da fase final. Mas quando chegou à semifinal, se agigantou e conquistou o título com muita propriedade. Na Liga deste ano, o percurso foi o inverso.
E é isso que me incomoda nas últimas derrotas. Não o perder em si, que faz parte do jogo. Mas as atuações brasileiras foram muito abaixo daquilo que é capaz de fazer, tanto individualmente como coletivamente.
O curioso é que, no Grand Prix do ano passado, com um pouco mais de recursos individuais, o Brasil só chegou às semifinais graças à China (ou à Holanda, depende do ponto de vista). Pelo que vinha jogando, o justo seria parar no grupo da fase final. Mas quando chegou à semifinal, se agigantou e conquistou o título com muita propriedade. Na Liga deste ano, o percurso foi o inverso.
E é isso que me incomoda nas últimas derrotas. Não o perder em si, que faz parte do jogo. Mas as atuações brasileiras foram muito abaixo daquilo que é capaz de fazer, tanto individualmente como coletivamente.
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Na decisão do terceiro lugar, a China foi o Brasil do jogo de sexta-feira. Ou seja, nos deu o troco. Anulou a seleção com o saque e na marcação e, com um bom passe, foi muito mais veloz e equilibrada no ataque, com a Li fazendo companhia à Zhu na definição.
Já o Brasil novamente esteve sem agressividade no saque, pouco focado e errando demais. A China, na melhor partida que vi dela na Liga, deu poucas brechas para a recuperação brasileira. O que se via era uma seleção brasileira suando para empatar o placar e a China com facilidade abrindo novamente vantagem.
Acho que o Brasil acabou, nestas duas últimas partidas, pagando o preço por ser tão engessado. Contra a China, a Gabiru teve que ser titular no lugar da Suelen, que quebrou a mão. Quantas partidas a líbero reserva jogou na Liga? Um set aqui, outro ali. Muito pouco. Ela sentiu a falta de ritmo, principalmente no passe, que é um fundamento em que tem mais dificuldade. A China se aproveitou disso, pegando-a como alvo a partida inteira – e, como se viu, teve sucesso na sua estratégia.
Desde a penúltima semana de classificação a Roberta estava caindo de rendimento. O problema não era nem na distribuição, mas na qualidade dos levantamentos. Contra a China, ela esteve mal, só foi melhorar depois de uma chamada de atenção mais forte do Zé Roberto no terceiro set. Mas aí já era tarde, ela já tinha comprometido parte da atuação brasileira. E a Macris no banco, sem ter 10% da confiança do treinador para entrar numa troca simples de levantadoras.
Estes são somente dois exemplos de muitos que provam como o Brasil é burocrático e conservador. Só que num campeonato extenso como a Liga, ser assim é que é arriscado.
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Final
EUA 3x2 Turquia
Mais um tie-break para a lista de confrontos entre as duas seleções neste ano. E acho que o fato de ter ido para o quinto set é que deu a vitória para os EUA, o primeiro campeão da Liga das Nações.
A Turquia tem dificuldade em manter um padrão de jogo. Naturalmente, até por arriscar e errar mais, as conquistas são mais difíceis de manter, principalmente quando o adversário é mais experiente ou não é um Brasil perdido em quadra.
Os EUA, ao contrário da seleção brasileira, soube aproveitar as chances dadas pela Turquia em falhas. Ao final no terceiro set, recuperaram uma vantagem de seis pontos (22x16) explorando a fragilidade no passe turco e os erros do adversário. Só não levaram o set porque a arbitragem cometeu um erro crasso não marcando um dois toques da levantadora turca.
A maturidade do time norte-americano pesou assim como também a coragem do seu treinador em mudar a formação da sua equipe ao longo da partida. Com problemas no passe, tirou a Bartsch e colocou a Hill. Mas, com isso, o time perdeu em ataque já que a Murphy e a Larson não colaboravam em nada. Então, recolou a Bartsch, desta vez, como oposta no lugar da Murphy – usando a formação de preferência de alguns participantes do Papo.
Aí o time finalmente criou um arsenal mais consistente para superar uma Turquia que ficou muito dependente da Boz (repetindo a ótima atuação que teve contra o Brasil) e da central Erdem.
Eu que tantas vezes critiquei os EUA por serem um time sem jogo de cintura para se reinventar durante as partidas, tive que calar a boca. A mudança do Kiraly foi fundamental para mudar a cara da equipe.
E, quanto à Turquia, que bela campanha feita na Liga! É um time com boas alternativas pelas pontas com a Boz e a Baladin, além da opção da jovem Karacurt. A líbero Akoz fez uma grande fase final e tem sido uma das responsáveis por comandar a ótima defesa turca. Pelo meio, a Erdem, que considero uma das melhores centrais do mundo no momento, é uma opção de segurança para o ataque e, com a jovem colega de posição, a Gunes, faz uma boa dupla no bloqueio.
É de se ficar de olho na Turquia no Mundial. Ela está no grupo mais complicado, com China, Itália, Bulgária, Canadá e Cuba. São quatro que se classificam para a fase seguinte, então não há risco das principais seleções ficarem de fora. Mas a Turquia pode, por exemplo, atrapalhar uma boa posição da China.
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Melhores da Liga 2018
Levantadora: Cansu Ozbay (Turquia)
Melhor líbero: Suelen Pinto (Brasil)
Centrais: Eda Erdem (Turquia) e Tetori Dixon (EUA)
Ponteiras: Ting Zhu (China) e Michelle Bartsch-Hackley (EUA)
Oposto: Tandara Caixeta (Brasil)
- Contente em ver a Tandara na seleção da Liga 2018. Se tem uma jogadora brasileira que merece o reconhecimento, é ela.
Comentários
Assim, me pergunto: qual a necessidade de mantê-la em quadra!? Ontem, tivemos a prova que queríamos e vimos que nosso time precisa de uma distribuição mais igualitária das bolas, aí, você tem Gabi voando e Tandara martelando, mas a Amanda não contribuindo em nada.Fica aqui a minha indagação sobre estes acontecimentos da seleção brasileira.
Ele é um arrogante. Não deu confiança às suas reservas que, podem não ser as maiores estrelas nem merecer estar na seleção, mas são jogadoras boas sim e se poderia ter ganho com elas.
O vôlei mundial evoluiu no sentido de que muitas seleções se equivalem e já conhecem o jogo do Brasil sempre estudando-o. Já não temos mais os talentos do passado e o coletivo será muuuuuito necessário, e isso inclui o banco.
No começo do campeonato falei diversas vezes que seria muito difícil conseguir pódio com essa equipe, pois jogava no limite. Jogadoras como Amanda, Bia, Drussyla e Adenízia, jogavam no seu limite. Mas no decorrer do campeonato o time encorpou e vi a possibilidade de ganhar, se não o campeonato, pelo menos uma medalha. Faltou comando no final, um bom gerenciamento das substituições e táticas. Tirar Bia, Amanda, por Jaqe, Carol, pedir para não sacar na líbero, direcionar o saque, etc.
Outra coisa, o Zé Roberto em jogos decisivos tende a colocar pressão no time. Briga o tempo todo, pressiona a arbitragem, quer cobrar erro de rodízio. Isso deve desestabilizar nossas próprias jogadoras que começam bem, mas sucumbem ao seu destempero.
Acho que dava pra ganhar da Turquia. Esse jogo da China aí sabia que não ia ganhar mais. Já tava no ar uma sensação de ter feito o que dava, que o que vale é o Mundial. Mas eu discordo de tudo isso.
E bato o martelo: o Brasil não leva o Mundial, de jeito nenhum. Mesmo com Dani, Natália (que eu não gosto) e Thaísa. Talvez com Garay houvesse uma chance. Mas não só as jogadoras, o comando tá ruim.
Acho que o tempo do Zé já deu. Vamos arejar com o Paulo Coco ou outro.
Revoltado com o Zé. Quero ver se no Roda de Vôlei, o Cacá Bizzochi o e Marcelo Negrão vão rasgar seda para cima dele.
Outra coisa, como já disse a Turquia evoluiu se renovando e apresentando duas opostas de 1,94m a titular Meryem Boz e reserva Ebrar Karakurt, por isso desejo q a Tifany, q é a única oposta brasileira q tem também 1,94m como as opostas turcas, venha urgente pra seleção brasileira!!!
Na seleção do Campeonato colocaria Adenízia no lugar da Tetori Dixon e Meryem Boz no lugar de Tandara
Melhor Levantadora: Cansu Ozbay (Turquia)
Melhor líbero: Suelen Pinto (Brasil)
Melhores Centrais: Eda Erdem (Turquia) e Adenízia (Brasil)
Melhores Ponteiras: Ting Zhu (China) e Michelle Bartsch-Hackley (EUA)
Melhor Oposto: Meryem Boz (Turquia)
Por tudo o q Meryem Boz jogou nessas finais principalmente contra Brasil e EUA, ela tinha a obrigação de estar na seleção da Liga como melhor oposto, reconheço o grande mérito da Tandara, mas escolheria a Boz de melhor oposta, assim como acho q a Adenízia foi superior à Tetori Dixon!
Esse conservadorismo do ZR é irritante mesmo e só deixa de prevalecer quando encontra alguém com escoliose para assediar. Já pensou se ele não tivesse colocado a Dani e a Garay em Londres?
Roberta não funciona sem os berros e a loucura do Bernardo à beira da quadra. Acho extremamente incompetente esse negócio de ter que pegar na mãozinha das levantadoras e ficar dando voltas com elas no parquinho. Talvez seja esse o motivo pelo qual Macris não entra: ninguém precisa falar a ela o que deve ou não ser feito.
Saudades, Fofão. Saudades, ponteiras de verdade.
Agora vou discordar de algumas coisas. Confesso que fico um pouco incomodado ao ver a Amanda ser apontada quase exclusivamente como a única culpada. Não que ela tenha ido bem nesta fase final. Muito elo contrário. Suas atuações foram distantes do que vinha apresentando. Entretanto, quero frisar: 1. Nesta reta final, e em menor grau em todo o torneio, Suellen apresentou dificuldades com o passe. Especificamente contra a Turquia, seu desempenho no passe foi tão ruim quanto o da Amanda. Foram muitos erros para uma líbero. Reconheço que ela foi incrível na defesa, mas no computo geral ainda não é a líbero ideal para a seleção. Ter sido eleita a melhor líbero foi justo. No saldo geral, entre as atletas da fase final, ela teve melhor saldo. Mas acho que ela não deve ter como parâmetro este prêmio. Suas concorrentes não eram excepcionais. O parâmetro de excelência da Suellen não pode ser elas, pois acredito que Suellen pode chegar lá. Só não é, ainda, a líbero ideal. 2. Roberta: Preocupa! O problema da nossa armadora não é só distribuição. É técnico. Nessas últimas duas derrotas seus erros de imprecisão se multiplicaram. Isso compromete o ataque. 3. Bia: Apesar de ter ido bem no bloqueio, fica difícil entender a razão das poucas chances (algo que eu tenho uma teoria, assim como para a Macris) para Carol. Poucos falaram, mas nesta fase final foi muito inconstante: vários erros de saque e ataque. E outro ponto a observar. Bia tem sido precipitada na preparação dos contra-ataques. Em algumas ocasiões, a bola passa de graça e ela entra na frente do líbero ou ponteira para recepcionar a bola. E o faz inadequadamente, passando a bola quase para o fundo da quadra (o último ponto na vitória contra a China foi exemplo disso). Falta calma e cuidado!
CONSERVADORISMO: Assino embaixo! Sempre achei ZRG muito burocrático. E ele poderia mesmo ter feito as alterações apontadas para mudar o quadro nestes dois últimos jogos. Mas refleti, puxei pela memória e lembrei. Sempre o criticamos também por chegar com força máxima no Grand Prix em ano de Mundial e mostrar todas as suas cartas neste torneio– torneio tão longo e cansativo quanto a liga, o que o difere do dinamismo de uma Olimpíada que dá menos margens às supressas ao longo do caminho. Aparentemente, não foi o que ele fez dessa vez. Será que não é essa a melhor estratégia? Vale lembrar ainda a situação das levantadoras em 2012. Lins pouco jogou no Grand Prix daquele ano. Dávamos como certo o corte dela. Mas pelo contrário, aos olhos da comissão, não vou entrar na questão do mérito – a verdadeira testada era a Fabiola. Será mesmo que Roberta goza de tamanha titularidade na mente da comissão? Será que o mesmo raciocínio não vale para a Bia ou Amanda. Será que eles não intencionavam saber o quanto cada uma pode render a nível internacional para definir a situação delas? Enfim, são apenas hipóteses que saberemos a resposta até setembro. Por enquanto, ainda acho cedo. Temos pela frente ainda dois torneios e não sabemos se há planos de inserir alguma jogadora para o Mundial. Aguardemos!
nesse espaço.Comecei a ver vídeos de 2011 para cá e encontrei por Rosa Maria,Macris em um Panamericano acho que de 2011 jogando mto bem e o que foi feito por essas e outras jogadoras
que tem sido convocadas até então,para que cheguem ou se mantenham em alto nível? Superliga? Controlada por interesses de comissao de atletas e de confederação,patrocinadores e mídias. Acho sim que Turquia vai conseguir me a coisa no seu caminho somando experiêntes com novatas.Achar que essa ou aquela atleta deve ou não estar na seleção é um direito de todos e de todas nós. O que é perversoperverso para nós é a vaidade no comando tricampeão.De um lado se expõe jogadoras que se quer entram ou deveriam estar nesse momento na seleção.Temos que ter cuidado com essa atitude nossa pois não se autoconvoca pelo menos na feminina, até agora não é assim.A Rio2016 deixou um recado e um legado pesado.Tipo ...eu não quero a seleção por motivos pessoais e técnico ou do Técnico.Essas jogadoras precisam ser respeitado pois fizeram aquilo que tinham disponivel no momento ,na seleção ou não. As vezes lhes servem outras vezes,as deixam fora do pódio. Vamos em frente Brasil
Concordo L.Mesquita acho q Jaqueline tinha mais bagagem q a Gabiru p/ substituir a Su quando quebrou a mao. Gabiru voltando de grave lesão estava sem rítmo de jogo, Enquanto Jaqueline embora sem rítmo também, estava inteira e com mais bagagem.
Fico feliz com reconhecimento da Tandara, já era tempo, mas superar a Boscovik, hmmm sei não.
Mas parabéns Tandara! Vai arrasar jogando na China.
Eternal, não acho a Amanda culpada. Pelo contrário acho que ela fez demais pela seleção dando seu limite. Mas ela já não tinha mais para oferecer e cabia ao técnico perceber isso e ajustar o tome em certos momentos. Não quero dizer tirar a Amanda e deixá-la no banco para sempre, mas dar ao time o que precisa naquele momento, depois ela volta.
Eu acho que a Suellen errou tanto porque tinha que encostar na Amanda, ficando com uma área enorme. Qualquer líbero cai de rendimento quando tem que cobrir a ponteira, ainda mais a Suellen, que tem sua mobilidade sempre questionada por nós.
Sobre a Roberta, ela dá dois toques o tempo todo e dois toques é sinônimo de precisão. Ela não bota a bola onde quer. O cérebro pensa e dá o comando ao corpo, mas como a técnica dela tá ruim, não consegue fazer. Ela tem que treinar o toque. Medicine ball pra ela.
Eu acho que a bola com a Bia está colada e baixa, aliada a uma falta de mobilidade da Bia pra chegar inteira e corrigir. Resumindo: Bia está lenta. Mas o que mais me incomoda é não tentar um tempo cabeça, tempo costa, ou chutada. Fica só na china, no alto nível? Não entendo. Com Fabiana funcionava, mas com ela...
Eternal, essa coisa dos testes eu nem pensei. Eu estou me referindo especificamente a perder partidas que são possíveis de serem ganhas, sem fazer nada. Acho ótimo testar, tem que testar mesmo. Mas se estar num jogo eliminatório e pode ganhar e trazer o título, por que não? Se acabou todo pra ganahr um jogo contra a China, que não valia nada, e na semi aquele vexame.
Se fosse o Zé Panela eu pedia de joelhos pra Fabiola e a Brait votarem.
Depois não digam que eu não avisei.
As melhores meios p/ mim hj é Adenízia e Carol.
Fabiana tinha q voltar urgente ou pelo menos ver um jogo inteiro vendo o Mara ser testada.
Acho também que já passou a hora de criar outra confederação e negar a legitimidade desta.