E a aposta nas opostas?

Após as primeiras convocações e o primeiro torneio da seleção brasileira, os participantes do Papo de Vôlei levantaram uma questão sobre a posição de oposta.
A discussão basicamente se resume assim: as jogadoras designadas à posição foram aquelas que costumam jogar, na temporada de clubes, como ponteiras passadoras; e aquelas atletas que são especialistas na posição, como Lorenne e Paula Borgo, não foram sequer convidadas para treinar com a seleção. A única “oposta de raíz” no momento é a Monique, convocada para o Grand Prix.
Pensando sobre isso, me perguntei se não estamos de certa forma negligenciando a posição de oposta. Explico.
Há um discurso bastante propagado na seleção de que faltam ponteiras passadoras de qualidade não só no Brasil como no mundo. Paulo Coco chegou a alegar que esta era uma das razões para sustentar a troca de posição da Rosamaria, justamente de oposta para ponteira passadora.
Percebe-se, por este início de trabalho, que a preocupação do Zé Roberto está concentrada na posição de ponteira. Por isso os únicos testes feitos no Montreux foram para este posto, com Rosamaria, Drussyla e Amanda.
Não sou contra os testes, pelo contrário. Para mim, o Montreux e a maior parte do GP seria jogado só com as novatas.
Como o número de ponteiras necessárias é maior do que em outras posições, é ótimo que estejamos sempre preparando novas jogadoras. Mesmo com o Brasil mantendo boa base do ciclo anterior, com Natália, Garay e Gabi – e até a Tandara poderia ser acrescentada - as novatas podem melhorar a briga por posição e a qualidade das opções à seleção. Tudo me parece bem encaminhado por ali.
Para oposta, no entanto, não percebo por parte da seleção nenhum sentido de urgência nem a mesma preocupação dedicada às ponteiras. No máximo, testamos timidamente Edinara e Fernanda Tomé em algumas inversões 5x1 no Montreux.
Apesar do insucesso na última década em achar uma reserva/sucessora para a Sheilla e de sabermos que a Sheilla, a princípio, não joga mais pela seleção, preferimos começar o novo ciclo apostando no mesmo.
Um "mesmo" que não convenceu nos últimos anos e no qual o Zé Roberto insiste. Até acho que a Tandara se saiu bem no Montreux como oposta, mas não é a posição em que ela se sente à vontade e que melhor pode render.
Aí chegamos para o Grand Prix e a “novidade” é a Monique. Por mais respeito e admiração que tenho pela Monique, a verdade é que, além da limitação de estatura, já sabemos o que ela pode mostrar.
Por outro lado, a Paula Borgo, que esteve na convocação inicial, sequer foi inscrita para o torneio e é provável que a Tomé nem permaneça no grupo para os treinos para o GP.
O Brasil não precisa se amarrar a um caminho conhecido (Tandara e Monique) logo de cara. 2017 é o ano para o novo acontecer.
Edinara, Paula Borgo, Lorenne e etc estão aí para serem testadas. Podem ter o destino da Joycinha na seleção e nunca se firmarem, mas só testando para saber.
Só que tudo isso tinha que ser para ontem. A seleção já começou perdendo tempo.
Tenho a impressão de que a comissão técnica acha que dá para dar um jeito com a posição e continuar se fiando (para não dizer se iludindo) na versatilidade da Tandara e da Natália - até que chegue o momento de apelar para a Sheilla voltar.
Percebe-se, por este início de trabalho, que a preocupação do Zé Roberto está concentrada na posição de ponteira. Por isso os únicos testes feitos no Montreux foram para este posto, com Rosamaria, Drussyla e Amanda.
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Não sou contra os testes, pelo contrário. Para mim, o Montreux e a maior parte do GP seria jogado só com as novatas.
Como o número de ponteiras necessárias é maior do que em outras posições, é ótimo que estejamos sempre preparando novas jogadoras. Mesmo com o Brasil mantendo boa base do ciclo anterior, com Natália, Garay e Gabi – e até a Tandara poderia ser acrescentada - as novatas podem melhorar a briga por posição e a qualidade das opções à seleção. Tudo me parece bem encaminhado por ali.
Para oposta, no entanto, não percebo por parte da seleção nenhum sentido de urgência nem a mesma preocupação dedicada às ponteiras. No máximo, testamos timidamente Edinara e Fernanda Tomé em algumas inversões 5x1 no Montreux.
Apesar do insucesso na última década em achar uma reserva/sucessora para a Sheilla e de sabermos que a Sheilla, a princípio, não joga mais pela seleção, preferimos começar o novo ciclo apostando no mesmo.
Um "mesmo" que não convenceu nos últimos anos e no qual o Zé Roberto insiste. Até acho que a Tandara se saiu bem no Montreux como oposta, mas não é a posição em que ela se sente à vontade e que melhor pode render.
Aí chegamos para o Grand Prix e a “novidade” é a Monique. Por mais respeito e admiração que tenho pela Monique, a verdade é que, além da limitação de estatura, já sabemos o que ela pode mostrar.
Por outro lado, a Paula Borgo, que esteve na convocação inicial, sequer foi inscrita para o torneio e é provável que a Tomé nem permaneça no grupo para os treinos para o GP.
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Só que tudo isso tinha que ser para ontem. A seleção já começou perdendo tempo.
Tenho a impressão de que a comissão técnica acha que dá para dar um jeito com a posição e continuar se fiando (para não dizer se iludindo) na versatilidade da Tandara e da Natália - até que chegue o momento de apelar para a Sheilla voltar.
Comentários
Quanto à Tandara e Monique, sinceramente, é desanimador... Estamos no começo de um ciclo olímpico e temos duas opostas novas e excelentes ao meu ver: Paula e principalmente a Lorenne.
Acho a Lorenne uma jogadora excelente, tem muita experiência nas seleções de base e está pedindo passagem, mas o Ze sequer chama ela. É um absurdo! Essas teimosias dele são complicadas, técnico de seleção tem que ter a cabeça mais aberta, ainds mais em um período de renovação. É hora de testar, ver quem aguenta o peso da camisa, mas enfim...
Não acredito que vou dizer isso, mas talvez seja o tempo da volta do Bernardo para a seleção feminina.
Pegue como exemplo a própria Brayelin Martínez (Ponteira/Oposta dominicana de 2,01 metros) quando surgiu na seleção da República Dominicana. Martínez era desengonçada e bem mais lenta. Hoje em dia ela já melhorou bastante e ainda só tem 20 anos.
Não sei como funciona hoje em dia nas categorias de base do Brasil, mas antes as jogadoras mais altas eram sempre pra posição de meio-de-rede, com raras exceções, por exemplo, Mári.
Hoje eu já não sou tão à favor da convocação da Monique, mesmo ela sendo uma jogadora excelente, a altura em nível internacional pesa.
Se o Zé quer uma oposta de composição, que defenda bem e as vezes possa decepcionar, deveria pensar em deslocar a Natália de volta pra posição de origem.
E sim esta na hora de pensar no futuro não permite renovação é condenar o Brasil a ser a quarta ou quinta força no cenário mundial por muito tempo. Vejo como a técnica chinesa preparou essa geração por vários anos sacrificando , vários torneios e campeonatos até ganhar o mais importante de todos com um time muito jovem ainda e parece já esta investindo em outra base dando rodagem . Queria queima minha língua mais acho que o mundial vai continuar sendo só um sonho não vejo o Brasil com condições de ganhar o mundial o ano que vem.
Gosto do trabalho do Zé, mas acho que já deu pra ele na seleção. Este ano, por exemplo, eu preferiria perder campeonatos, mas ter o máximo de jogadoras sendo testadas. Vamos chegar no mundial do ano que vem, se continuarmos assim, com um time titular definido e com reservas que entram ocasionalmente e, portanto, não têm capacidade de contribuir para mudar o jogo. Na Rio/2016 aconteceu exatamente isso: tínhamos um banco que sequer foi utilizado decentemente.
1. NATÁLIA e TANDARA de ponteiras e MONIQUE de OPOSTA-PASSADORA.
2. NATÁLIA jogou assim no FENERBAHCE com a MARRET GROTHUES fazendo a função de OPOSTA-PASSADORA liberando mais a KIM para o ATAQUE nas passagens de rede.
3. MONIQUE jogou de OPOSTA-PASSADORA em partidas no SESC-RJ nas quais a ANNE BUJS com dificuldade no passe, foi liberada para o ataque.
4. TANDARA faria o papel que a KIM fazia no FENERBAHC e o que ANNE BUJS fazia no SESC-RJ, além disso, TANDARA jogaria na posição na qual ela se sente mais à vontade e rende mais no ataque, que é a entrada de rede.
5. Usaria a EDINARA na inversão do 5x1, pois a EDINARA é realmente versátil, mostrou que joga bem tanto de PONTEIRA como de OPOSTA, e EDINARA poderia fazer a mesma função de OPOSTA-PASSADORA que a MONIQUE.
6. Acho que MONIQUE e EDINARA são as melhores opções para OPOSTAS na seleção, porque elas são muito completas. Porém, deixaria a MONIQUE de titular, já que tem muito mais experiência e além de variar muito as opções de ataque, está sacando muito e defendendo como uma líbero, com a EDINARA entrando na inversão e ganhando experiência.
ZR deu sorte de pegar uma geração feminina muito talentosa e ele sugou o máximo que podia dessa geração sem se preocupar com renovação e ainda tem esperanças de convencer muitas das jogadoras da geração passada a voltar a seleção, fora que perdemos alguns títulos por teimosia do mesmo.
Esse torneio que a seleção ganhou é sem importância e não mostra como a seleção realmente está, o ZR tem o apoio de alguns membros da CBV, pq caso não tivesse ele já estaria fora da seleção pela campanha na olimpíada, mas a nossa cultura e de vitórias caso o desempenho da seleção não seja bom nesses 2 primeiros anos acredito que o mesmo saia da seleção.
Vê se você ( e todos os amigos do volei) concordam comigo:
O Ze sempre foi na contra mão da história. Em 2004 ele levou um time de veteranas e cansadas, que sucumbiram à potência da jovem Russia. A única veterana na Russia era Sokolova e a unica novata e potente no Brasil entre as titulares era a Mari.
Em 2008 ele leva um time jovem e potente quando as seleções embarcavam com veteranas e cansadas, porém experientes. Demos um show contra Russia, Italia, China...
Em 2012 ele leva um mistão de jovens e veteranas, porém ele nao soube dirigir e foi graças aos talentos individuais que ele nao paga um preço caro por isso.
Em 2016 ele tem um super time na mao, mas por cabeça-durismo dele paramos nas quartas. Tem mais, os dois técnicos mais fodões ( ele e dos EUA - que levou 3 levantadoras e usou uma só) pagaram caro por isso. Enquanto Lang Ping e Giovanni fizeram o básico e foram recompensados.
Em 2017 ele monta um time baixo, enquanto as seleções tem verdadeiras muralhas e potenciais de ataques enormes. Só ver Mihalhovich, Boskovic, Kosheleva, Goncharova,Ting Zhu, Diuof, e por aí vai, todas com mais de 1,90m, e pegando a bola a mais de 3,25m.
Só por comparativo, a Juciele bloqueia a 2,95m.
A pressão em cima do ZRG esta gigantesca não só pelo Rio 2016 mas como vc bem disse o farol do Bernardinho ta bem atrás.
A própria Diouf é bem toqueira pra altura que tem.
A Natália é muito mais completa e muito mai apropriada para ser ponteira. Achei correto investir em Tandara na saída.
Alias a Tandara sempre foi oposta, só no Nestle que foi ponteira, daí o passe caótico do time !
Unico erro dessa seleção está na insistencia em Juciely e Carol, muito baixas.
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/lesoes-tiram-gabi-e-juciely-do-grand-prix-e-ze-roberto-fecha-lista-do-brasil.ghtml
Levantadoras:Macris,Roberta,Naiane;Líberos:Suelen,Gabiru;Centrais:Bia,Adenízia,Carol,Mara;Ponteiras/Opostas:Drussyla,Amanda,Natália,Rosamaria,Edinara,Fernanda Tomé,Tandara,Monique.