A laranja vai azedar?
Enquanto esperamos a SL voltar, gostaria de comentar com vocês a contratação do treinador Giovanni Guidetti pela Turquia para comandar a seleção feminina neste novo ciclo olímpico.
Guidetti pediu demissão do cargo de comandante da seleção holandesa há duas semanas, alegando o desejo de passar mais tempo com a família. Desde então, notícias davam como certa a sua ida para a Turquia, o que foi confirmado oficialmente pela Federação Turca nesta terça (03). Como ele é casado com a jogadora turca Bahar Toksoy e tem uma filha, o convite da federação encaixou bem para Guidetti poder equilibrar o lado pessoal e profissional.
O treinador terá pela frente um desafio bastante diferente daquele que enfrentaria se continuasse na Holanda. Vai pegar uma equipe que, depois de não ter conseguido a classificação para Rio 2016, já adiantou o seu processo de renovação durante o ano passado. Nomes mais experientes como a Godze e a Neriman Özsoy devem querer voltar e se juntar aos talentos mais recentes da oposto Uslupehlivan e da Baladin.
Além de conhecer bem a Turquia - afinal é treinador do Vakifbank há oito temporadas -, Guidetti sabe bem encaminhar uma seleção para a ascensão. Fez isso com a Alemanha, depois com a Holanda. Acho que o elenco turco que terá em mãos é superior ao alemão e um pouco inferior ao holandês, principalmente por não ter – ainda – uma jogadora fora de série como foi a Sloetjes para a Holanda nesse último ciclo.
Para a Holanda é uma perda bastante significativa. É um trabalho deixado no meio de uma trajetória que tinha tudo para continuar sendo exitosa. Com Guidetti, que assumiu o cargo em 2014, a Holanda conseguiu a classificação para a Olimpíada depois de 16 anos, a medalha de bronze no GP 2016 e o quarto lugar nos Jogos.
A depender de quem assumirá o comando, a Holanda pode não ter todo o seu potencial confirmado para este próximo ciclo, o que seria uma pena. Junto com a Sérvia, a seleção holandesa se aproximou das velhas forças e renovou o cenário do vôlei feminino nestes dois últimos anos. Tomara que tenha competência e fôlego para se firmar de vez como um grande competidor internacional. O elenco é um pouco escasso, mas, como o Guidetti comprovou, pode ser bastante competitivo se bem azeitado.
Comentários
L.Mesquita, mesmo se for confirmado o nome do Barbolini como treinador, acho que a Holanda sai perdendo na troca.
Acho que a Turquia não tem material humano pra equivaler a campanha da Holanda na Rio 2016 na Toquio 2020. Se comparar com a antiga formação, na saída a Uslupehlivan deixa a desejar apesar da altura. Baladin precisa comer muita farofa pra chegar perto da Sonsirma. As líberos (todas) são muito abaixo das principais do mundo (Brait, Fabi, Castillo, De Gennari...). A Naz, em um comparativo é ok, mas não é das melhores do mundo. As centrais nem comento, acho elas bem fracas.