Mineiras sob pressão
A falta de ritmo de jogo cobrou seu preço na estreia dos times mineiros na Superliga 16/17. Ainda mais que do outro lado da quadra estavam duas equipes que disputaram nos últimos dois meses o campeonato paulista. A “baixa rotação” custou bem mais caro ao Minas, que perdeu para o Bauru, enquanto o Praia Clube perdeu um set contra o Valinhos.
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Apesar de as duas equipes terem mostrado bom volume de jogo, o que proporcionou alguns rallies emocionantes, a partida não foi de qualidade. Os pontos foram mais conquistados em falhas adversárias do que em méritos próprios.
Foi difícil para os dois times manter uma sequência de pontos que mostrasse consistência. Mas, neste contexto de muita irregularidade, o Bauru conseguiu se sobressair. Principalmente porque estava com o ataque do Minas muito bem estudado. A marcação do bloqueio foi pesada e anulou a primeira bola mineira.
O ataque de Bauru também fluiu melhor. A levantadora Juma fez uma bela apresentação tanto por ter feito uma boa distribuição quanto por ter conseguido imprimir velocidade às jogadas mesmo quando recebia um passe meia-boca.
Juma foi superior a sua adversária Naiane, que não fez uma boa partida. A Karine entrou e trouxe melhor precisão aos levantamentos. Mas o problema do Minas não estava limitado ao levantamento. Começava na má recepção e terminava nos problemas de finalização do ataque.
Depois de um início claudicante, a Rosamaria acabou por ser a principal responsável por colocar a bola no chão. Todas as atacantes pelas pontas tiveram dificuldade de superar o bloqueio, até porque as bolas estavam mais lentas e altas.
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O Minas ficou concentrado pelas pontas e só a Rosa segurou a responsabilidade. A Natália, que entrou no lugar da Domingas, foi bem também, mas não o suficiente para que o ataque do Minas fluísse com mais tranquilidade. A china com a Gattaz foi pouco acionada e esta é uma jogada que vai ser fundamental para o time na SL com esta composição pelas pontas. Se não, vai ser como na estreia: muito suor para pouca bola no chão.
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Renata Valinhos 1x3 Dentil/Praia Clube
O Praia só conseguiu mostrar realmente a sua superioridade no terceiro e quarto sets. Ali sim os fundamentos de ataque e bloqueio falaram mais alto do que os erros de cada equipe.
A recepção, como era esperado, foi o calcanhar de Aquiles do time mineiro. A instabilidade no passe contaminou com insegurança a equipe, que cometeu muitos erros de ataque. E, por outro lado, o Valinhos soube explorar inteligentemente esta instabilidade.
Afora as duas centrais gigantes, o Valinhos tem um time muito baixo. Mas as meninas conduziram o ataque nos dois primeiros sets explorando o bloqueio do Praia. Quando as mineiras acharam a melhor forma de marcar as “baixinhas”, porém, somente a oposto Fran Lemos conseguiu se manter como desafogo pelas pontas, mostrando bastante recurso de ataque. Excelente partida da jogadora de Valinhos, por sinal.
Dentro das suas limitações físicas e técnicas, o Valinhos fez uma bela partida. Além da Fran, tem na boa levantadora Ana Paula um ponto de segurança para conduzir o time no campeonato. Pode se aproveitar deste início de temporada e da falta de ritmo da maioria das equipes para conquistar um set aqui e acolá das favoritas e algumas vitórias contra suas concorrentes diretas ao G8.
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Ainda falta entrosamento com a Fabiana, que não foi uma jogada efetiva para o Praia nesta partida. Pelo contrário, resultou em muitos erros. Mas nem por isso a Claudinha deixou de tentar a sintonia com a Fabi e essa insistência foi importante. Afinal, se ela conseguir ter o entrosamento que tem com a Wal, em que até mesmo as bolas mais estranhas se transformam em ponto, o Praia ganha uma arma de ataque preciosa na busca pelo título inédito da SL.
Comentários
Faltou bastante entrosamento entre Claudinha e Fabiana, as bolas de meio com a Walewska estavam muito melhores. Fiquei surpreso com a Monique eleita a melhor da partida, achei que Alix e Walewska fizeram muito mais a diferença, elegeria a americana. Duas que afundaram o time foram a Tássia, com seu típico passe ruim e a Ramirez, que não virava nem no simples.
Em Bauru x Minas, eu passo longe de ser fã da Juma (não sei como foi MVP do sub-23) mas ontem ela jogou muito, mas assim como na abertura, quem se destacou foi uma atacante baixa, a Thaisinha, que foi até aqui a melhor jogadora da rodada, ajudou demais o ataque do Bauru, ainda bem fraco sem Mari e dependendo de Dayse e Cassemiro, Rivera entrou mais tarde no jogo, não recebueu muitas bolas, mas embora ainda um tanto acima do peso, foi bem superior ao que jogou no Paulista e um upgrade em relação à Dayse.
Agora, no Minas, até uma Hooker meia bomba ajudaria demais esse time, porque um time que depende de Domingas e Daroit pra virar bola vai sofrer, a entrada da Natália ajudou o Minas, assim como a troca da Naiane, que jogou mal e ignorou a Gattaz, pela Karine, ontem foram 14 defesas da Léia, stress absurdo pra cima da líbero sem um ataque pra botar no chão. Rosamaria melhorou a partir do 3º set, mas foi muito instável.
PS: ponto negativo pra transmissão da RedeTV, os elogio pela iniciativa de transmitirem jogos, e por isso espero que a audiência suba (marcou 0.3 pontos ontem), além de mencionarem os patrocinadores, mas o amadorismo e o baixo orçamento fica evidente, tela dividida entre o jogo e o narrador/comentarista, narração ruim e imagem bem escura.
Revi o jogo aqui, o Mesquita tem razão, vários passes na mão da Claudinha e defesas importantes, aproveito e peço desculpas pelo erro.
Acho que a Michelle esteve mto bem, foi merecido o Viva Vôlei.
Foi a primeira fez que assisti a uma transmissão da RedeTV. Na temporada passada, a retransmissora do RS passava pegadinhas. Então eu fiquei contente de poder assistir a partida em um canal aberto, ver ali os nomes dos patrocinadores com o destaque q eles merecem. Mas concordo com vc, é muito tosco aquelas divisões de tela para mostrar o narrador e o comentarista. E sinto falta de mais câmeras para tirar as dúvidas de alguns lances. SporTV nos acostumou mal, eu diria.
dá um caldo.