Sob os holofotes
Quem segue as redes sociais da CBV e das atletas da seleção estão podendo acompanhar que a rotina de treinos está bastante pesada em Saquarema. Fecharam-se quatro semanas de preparação forte – uma vantagem na corrida contra as demais seleções. Um adendo: o Zé Roberto disse que tinha pouco tempo de preparação, mas, no fim, por ter poucas jogadoras fora do Brasil, ele deve ter sido o treinador que mais cedo conseguiu reunir a maior parte do seu elenco.
Mas quem acompanha as redes sociais também percebeu que estas quatro semanas foram agitadas em Saquarema. Seguem os “eventos” que aconteceram por lá: uma oficina de maquiagem e uma sessão de fotos da Eudora; um desfile dos novos uniformes (horríveis) da Olympikus; gravação de chamadas para o SporTV do Grand Prix e da Liga Mundial; gravação de uma reportagem da Globo com a Fabiana, no dia em que ela carregou a tocha olímpica; e alguns dias de atendimento à imprensa.
Tudo isso, claro, foi feito nos intervalos do treino. Ou seja, a preparação não foi deixada de lado e não se instaurou ali, ao menos para quem vê de fora, um clima de oba-oba. O vôlei é um esporte bem sucedido e vencedor e, dentre tantas modalidades, é um dos com maior apelo popular nos Jogos. É natural que seja atraente para imprensa e patrocinadores, portanto. Mas tudo isso também nos sinaliza a atenção que o vôlei vai receber na Olimpíada do Rio – e, consequentemente, a pressão.
Posso estar enganada, mas não lembro de em outros anos Saquarema ter sido assim tão “invadida”. Posso também exagerar, mas acho isso perigoso. Acho que empresas e imprensa estão tendo acesso fácil e frequente ao local de treinamento das seleções, que deveria ser um lugar mais reservado e isolado, de total foco na preparação. Entendo o quanto estas ações ajudam a divulgar o vôlei e que, na sua essência, "não tem nada demais". Só que também vejo que, de uma hora para outra, pode-se escorregar para um caminho difícil de controlar.
As seleções de vôlei estão sob os holofotes e, a cada entrevista, os atletas devem perceber isso. Percebem que, mais do nunca, estão sendo muito requisitados. Percebem que, mais do que em qualquer outra Olimpíada, milhões de torcedores estarão de olho no seu desempenho e no da seleção. Olimpíadas atraem todo tipo de torcedor, inclusive aquele que não tem a menor ideia de quais são as condições reais do atleta ou do time de conquistar uma medalha e sequer acompanhou 10% da trajetória deles nos últimos quatro anos. E eles são os primeiros a xingar muito no Twitter quando alguma coisa não ocorre bem. E os jogadores tem que saber que, de novo, mais do que nunca, serão alvos de críticas e julgamentos pesados - em quantidades tão grandes ou maiores do que serão elogiados e incensados.
A gente sempre espera que os atletas profissionais estejam preparados para lidar com estas pressões, mas não custa nada dar uma protegidinha neles, né? Principalmente em Saquarema. É um momento atípico de uma Olimpíada no Brasil, eu sei. Isso torna tudo mais complicado. Ainda assim, acho que dá para arranjar um meio-termo em que a imprensa e patrocinadores sejam atendidos de forma legal e as seleções façam seu trabalho sem distrações e sem precisarem se isolar em Santa Cruz Cabrália. Espero que – e acho que a tendência será mesmo essa -, um pouco antes de começar a Liga e o GP as seleções estejam mais resguardadas. Que todas as campanhas, entrevistas e reportagens especiais sejam feitas agora e, logo ali mais adiante, o foco esteja 100% na Rio 2016.
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Pê ésse:
- Ainda sobre o mesmo tema: com os Jogos aqui no Brasil, fica mais fácil para um jogador ser tentado com convites e patrocínios que o tirem do foco da preparação para a competição. Acho que tanto Zé Roberto como Bernardinho devem saber que podem enfrentar isso nestes meses que antecedem Rio 2016 e devem estar preparados para evitar que o deslumbramento contagie seus grupos. Até porque não vai pegar muito bem pro Zé Roberto usar a mesma desculpa para o mau desempenho de um time seu, como aconteceu em Atlanta 1996, com a seleção masculina, e no início de Londres 2012, com a feminina. Nos dois casos ele reclamou que o assédio em torno dos atletas foi muito grande após os títulos olímpicos de 1992 e 2008 e que isso, consequentemente, acabou atrapalhando a campanha nos Jogos subsequentes.
Aliás, ele adora dizer que as jogadoras “são procuradas por muitas revistas” (vide esta declaração no Fantástico) para exemplificar como isso atrapalha o trabalho com as mulheres. Caro, se você acha que este é um problema, então as proíba de fazer estes trabalhos. Você pode determinar esta regra autoritária. Será julgado severamente por isso, mas pode estipulá-la. Se não a estipular, que saiba então lidar com as consequências e não use mais este argumento como justificativa para os fracassos. E aqui não é nenhuma contestação feminista, não estou entrando no mérito das questões de vaidade e inveja femininas. É que irrita que ele venha sempre com esta questão/reclamação desde 2003 quando assumiu a seleção feminina. Se até agora não aprendeu a lidar com isso, esquece.
Mas quem acompanha as redes sociais também percebeu que estas quatro semanas foram agitadas em Saquarema. Seguem os “eventos” que aconteceram por lá: uma oficina de maquiagem e uma sessão de fotos da Eudora; um desfile dos novos uniformes (horríveis) da Olympikus; gravação de chamadas para o SporTV do Grand Prix e da Liga Mundial; gravação de uma reportagem da Globo com a Fabiana, no dia em que ela carregou a tocha olímpica; e alguns dias de atendimento à imprensa.
Tudo isso, claro, foi feito nos intervalos do treino. Ou seja, a preparação não foi deixada de lado e não se instaurou ali, ao menos para quem vê de fora, um clima de oba-oba. O vôlei é um esporte bem sucedido e vencedor e, dentre tantas modalidades, é um dos com maior apelo popular nos Jogos. É natural que seja atraente para imprensa e patrocinadores, portanto. Mas tudo isso também nos sinaliza a atenção que o vôlei vai receber na Olimpíada do Rio – e, consequentemente, a pressão.
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Posso estar enganada, mas não lembro de em outros anos Saquarema ter sido assim tão “invadida”. Posso também exagerar, mas acho isso perigoso. Acho que empresas e imprensa estão tendo acesso fácil e frequente ao local de treinamento das seleções, que deveria ser um lugar mais reservado e isolado, de total foco na preparação. Entendo o quanto estas ações ajudam a divulgar o vôlei e que, na sua essência, "não tem nada demais". Só que também vejo que, de uma hora para outra, pode-se escorregar para um caminho difícil de controlar.
As seleções de vôlei estão sob os holofotes e, a cada entrevista, os atletas devem perceber isso. Percebem que, mais do nunca, estão sendo muito requisitados. Percebem que, mais do que em qualquer outra Olimpíada, milhões de torcedores estarão de olho no seu desempenho e no da seleção. Olimpíadas atraem todo tipo de torcedor, inclusive aquele que não tem a menor ideia de quais são as condições reais do atleta ou do time de conquistar uma medalha e sequer acompanhou 10% da trajetória deles nos últimos quatro anos. E eles são os primeiros a xingar muito no Twitter quando alguma coisa não ocorre bem. E os jogadores tem que saber que, de novo, mais do que nunca, serão alvos de críticas e julgamentos pesados - em quantidades tão grandes ou maiores do que serão elogiados e incensados.
A gente sempre espera que os atletas profissionais estejam preparados para lidar com estas pressões, mas não custa nada dar uma protegidinha neles, né? Principalmente em Saquarema. É um momento atípico de uma Olimpíada no Brasil, eu sei. Isso torna tudo mais complicado. Ainda assim, acho que dá para arranjar um meio-termo em que a imprensa e patrocinadores sejam atendidos de forma legal e as seleções façam seu trabalho sem distrações e sem precisarem se isolar em Santa Cruz Cabrália. Espero que – e acho que a tendência será mesmo essa -, um pouco antes de começar a Liga e o GP as seleções estejam mais resguardadas. Que todas as campanhas, entrevistas e reportagens especiais sejam feitas agora e, logo ali mais adiante, o foco esteja 100% na Rio 2016.
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Pê ésse:
- Ainda sobre o mesmo tema: com os Jogos aqui no Brasil, fica mais fácil para um jogador ser tentado com convites e patrocínios que o tirem do foco da preparação para a competição. Acho que tanto Zé Roberto como Bernardinho devem saber que podem enfrentar isso nestes meses que antecedem Rio 2016 e devem estar preparados para evitar que o deslumbramento contagie seus grupos. Até porque não vai pegar muito bem pro Zé Roberto usar a mesma desculpa para o mau desempenho de um time seu, como aconteceu em Atlanta 1996, com a seleção masculina, e no início de Londres 2012, com a feminina. Nos dois casos ele reclamou que o assédio em torno dos atletas foi muito grande após os títulos olímpicos de 1992 e 2008 e que isso, consequentemente, acabou atrapalhando a campanha nos Jogos subsequentes.
Aliás, ele adora dizer que as jogadoras “são procuradas por muitas revistas” (vide esta declaração no Fantástico) para exemplificar como isso atrapalha o trabalho com as mulheres. Caro, se você acha que este é um problema, então as proíba de fazer estes trabalhos. Você pode determinar esta regra autoritária. Será julgado severamente por isso, mas pode estipulá-la. Se não a estipular, que saiba então lidar com as consequências e não use mais este argumento como justificativa para os fracassos. E aqui não é nenhuma contestação feminista, não estou entrando no mérito das questões de vaidade e inveja femininas. É que irrita que ele venha sempre com esta questão/reclamação desde 2003 quando assumiu a seleção feminina. Se até agora não aprendeu a lidar com isso, esquece.
Comentários
Sobre o Zé Roberto, eu prefiro não comentar e muito menos fazer alguma crítica em relação ao mesmo, até para não ter que ler o que já li de muitos em outros lugares, que o cara é 3 vezes campeão Olímpico, que sabe o que faz, que ele é o melhor e etc.
Em relação aos cortes, acho que podemos esperar que dessa vez não sejam tão traumáticos, e não tenham nenhuma surpresa, pois quem acompanha o vôlei (no caso o feminino) já deve ter uma base das atletas que vão aos Jogos Olímpicos, onde as dúvidas mais fortes estão em cima da 2ª Levantadora e da 3ª Central (o que esperamos é que ele leve 3 centrais).
Mas quando o assunto é jogar no Brasil, eu também me lembro daquele Brasil x Cuba no PAN 2007. Eu sei que são 2 Gerações diferentes, com uma mescla de atletas daquela geração e dessa nova geração, e seguindo esse raciocínio é que eu espero que de fato a história seja diferente dessa vez, e que a Seleção Feminina nos dê a alegria de ganharem o Ouro em solo brasileiro.
No mais, concordo com o texto. Existem muitos jogadores(as) que adoram uma mídia e fazem de tudo para aparecer.
E ZR é o rei das desculpas esfarrapadas. E não recebe críticas proporcionais às suas inúmeras trapalhadas.
Desculpa, não pude resistir, perco o amigo, mas não perco a piada 👍
http://www.toflyvolleyball.com/2015/01/manobra-de-rabita-baku-naturaliza-4.html
Noticias sobre o mercado do volei o papo podia trazer mais.
Por enquanto sabe-se que a Joycinha renovou com o bursa, Suelle irá defender o Pinheiro$, Adenizia o Scandici da Itália, Sheila e Thaísa de destinos incertos, ivna, Samara, Jaqueline, Tandara, Suellen, Natália, no mesmo caminho. O Brasília renovou com Macris e Roberta e está prestes a renovar com Paula Pequeno e Vivian. Daymi Ramirez renovou com o Praia clube, Bárbara Bruck volta ao Pinheiros, Elen, Andreia Lawrence, Sem clube ainda, sendo q a última pode voltar ao Pinheiros, e a primeira ir p o Praia clube.
Ela não é tão decisiva assim...
Eu, Yana, a gata, concordo plenamente com tudo que foi dito... hummmmf...
O campeonato italiano não é fortíssimo, mas é equilibrado. Essa é a principal questão. O nosso campeonato é díspar, poucas equipes investem. Mas acho difícil os times italianos baterem os brasileiros, por exemplo. Agora os campeonatos turco e russo de fato são mais fortes, até pelo investimento. Com ressalvas para o próximo russo que está indefinido ainda com as questões envolvendo Krasnodar e Kazan.
Desmerecer o campeonato nacional é desconhecer o contexto geral. Muito embora ache que a próxima superliga tende a ter um nível bem abaixo da deste ano.
Em tempo: Gostaria de ver a Natália na Turquia a fim de confirmar sua performance. Torço para que ela seja tão efetiva lá quanto aqui no Brasil, apesar de ir para uma liga infinitamente superior a nossa..